Saúde mental para colaboradores de empresa: O que diz a NR-1 e como se preparar para 2026?
Falar de saúde mental dentro das empresas deixou de ser uma tendência e passou a ser uma necessidade urgente. Em um mundo onde a produtividade é cada vez mais exigida, o esgotamento emocional se tornou um sintoma silencioso em muitos ambientes corporativos.
Dados recentes mostram um aumento preocupante nos casos de burnout, ansiedade e depressão relacionados ao trabalho. Nesse contexto, promover um ambiente de trabalho saudável deixou de ser apenas um diferencial, tornou-se uma obrigação ética, humana e, agora, também legal.
Com a nova atualização da NR-1, a saúde mental entra definitivamente no radar da legislação trabalhista.
A partir de 2026, empresas precisarão demonstrar, na prática, que estão considerando os riscos psicossociais em seus Programas de Gerenciamento de Riscos. Mas mais do que cumprir normas, esse é um convite para uma mudança de cultura: cuidar de quem sustenta os resultados.
Por que a saúde mental no trabalho se tornou uma prioridade?
Nos últimos anos, temas como estresse, esgotamento emocional, burnout e ansiedade deixaram de ser tabu nas empresas e passaram a ocupar um lugar de destaque nas discussões sobre saúde ocupacional. A pandemia, somada à intensificação dos modelos híbridos e ao aumento das exigências por produtividade, escancarou o impacto direto do ambiente de trabalho na saúde mental dos colaboradores.
Por muito tempo, a saúde psicológica foi tratada como uma responsabilidade individual. Mas hoje, mais do que nunca, entende-se que empresas também têm o dever de oferecer ambientes emocionalmente seguros. Essa consciência foi além do campo ético, agora é também uma exigência legal.
Com a atualização da NR-1, publicada pela Portaria MTE nº 1.419/2024, as organizações precisam se adequar a novas diretrizes que envolvem, de forma clara, a gestão de riscos psicossociais. E isso muda tudo.

O que é a NR-1 e por que ela importa para a saúde mental?
A NR-1 (Norma Regulamentadora nº 1) é a base legal que estabelece as disposições gerais sobre saúde e segurança no trabalho no Brasil. Criada em 1978, ela já passou por diversas atualizações ao longo das décadas. No entanto, a nova versão de 2024 representa um marco importante porque amplia a visão de riscos ocupacionais, incluindo os fatores psicossociais no escopo de atenção das empresas.
A norma determina as diretrizes para a estruturação do Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO), que deve ser implementado por todas as empresas. Dentro desse contexto, a saúde mental passa a ser uma das dimensões obrigatórias de análise e ação.
Ou seja, o cuidado com a saúde emocional dos colaboradores deixa de ser opcional — torna-se parte integrante da política de SST (Saúde e Segurança do Trabalho).
Riscos psicossociais: o que são e como identificá-los?
Com a atualização da norma, o conceito de risco se expande. Não se trata mais apenas de perigos físicos, químicos ou ergonômicos.
A partir de agora, as empresas precisam identificar e avaliar riscos psicossociais, como:
- Excesso de cobrança e prazos irrealistas;
- Falta de reconhecimento;
- Ambiente de trabalho hostil ou competitivo;
- Pressão constante por resultados;
- Assédio moral ou sexual;
- Falta de apoio da liderança;
- Isolamento no trabalho remoto;
- Conflitos interpessoais não mediáveis;
- Ambientes que não respeitam limites emocionais.
Esses riscos afetam diretamente a saúde mental dos trabalhadores, provocando consequências como esgotamento crônico, ansiedade, depressão, absenteísmo e queda de produtividade.
A NR-1 agora exige que esses fatores sejam mapeados com o mesmo grau de seriedade que se analisa riscos físicos.
O que é o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) e como ele se conecta à saúde mental?
O PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos) é a ferramenta central dentro do sistema de GRO. Ele deve ser elaborado por todas as empresas independentemente do porte ou ramo de atuação, e conter um plano claro de identificação de perigos, avaliação de riscos, definição de medidas preventivas e corretivas, além de estratégias para monitoramento contínuo.
Com a nova exigência da NR-1, os riscos psicossociais precisam obrigatoriamente constar no PGR. Isso significa que o documento deve incluir um diagnóstico do ambiente emocional, indicadores de bem-estar, escuta ativa dos colaboradores e ações específicas para reduzir impactos negativos.
A saúde mental, portanto, deixa de ser tratada de forma genérica e passa a exigir diagnóstico técnico e plano de ação estruturado.
Qual o prazo para adequação?
As empresas têm até maio de 2026 para se adequarem às novas exigências da NR-1. Isso significa que ainda há tempo para planejar, organizar internamente os processos, rever políticas de gestão de pessoas e capacitar lideranças.
No entanto, é fundamental entender que esse tempo deve ser usado com responsabilidade. Empresas que deixam para a última hora tendem a implementar medidas de forma superficial, correndo o risco de não atender aos critérios legais e, pior ainda, manter colaboradores em ambientes psicologicamente adoecedores.
A preparação vai além da formalidade. Trata-se de repensar a forma como se conduz o dia a dia da organização. Quem começa agora, começa com mais escuta, mais planejamento e mais compromisso com a saúde emocional da equipe.

Como implementar ações práticas dentro da empresa?
A primeira etapa é mapear os riscos psicossociais presentes no ambiente. Isso pode ser feito com apoio de consultorias especializadas, psicólogos do trabalho ou profissionais de segurança do trabalho atualizados com a NR-1.
Em seguida, é preciso criar mecanismos de escuta real dos colaboradores: feedbacks periódicos, pesquisas de clima, rodas de conversa e até atendimentos psicológicos preventivos.
Lideranças precisam ser capacitadas para exercerem empatia, respeito e escuta ativa. Não basta seguir protocolos — é necessário transformar a cultura interna. Ambientes de descompressão, incentivo à pausa, jornadas mais humanas e flexibilidade também fazem parte do pacote de mudança.
A saúde emocional de uma equipe é o reflexo da qualidade das relações dentro da empresa. E isso só se constrói com intenção, consistência e cuidado diário.
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